French Roast
Clayton
o menu. Depois de um croque monsieur delicioso
encontramos o Jeff, fomos com ele até Chinatown, porque queriam comprar uma mala de grife fake. Eu posso me considerar uma connoisseur de bolsas - sei dizer quando é ou não falsa a olho nu o que passa despercebido pra muita gente, principalmente as Vuitton, Pradas, Gucci, Dior, Chanel e até Hermès da vida. Participava ativamente de um fórum anti-pirataria e usava os serviços de uma australiana, a Carol, que autenticava (ou não) as bolsas, e foi com ela que aprendi a diferenciar couro verdadeiro do falso (pois nem todo chinês usa o crasso vinil ao invés de couro e sim um couro autêntico mas de qualidade infinitamente inferior), entre outras particularidades e mínimos detalhes que distinguia the real thing pro made in china. Tudo isso na época que tinha um brechó online (2005 e 2006), que além das bolsas comprava e vendia, também, discos de vinil raríssimos (tive que abrir mão de tudo depois que recomeçei a trabalhar, mas que foi divertidíssimo, isso foi). Então, ajudá-los a escolher uma mala Gucci fake seria no mínimo interessante, trash, mas interessante. Fomos abordados por uma chinesinha de Nextel na mão, que perguntou, baixinho, com certeza porque devem ser vigiadíssimos pela NYPD, "are you interested in purses"? no que o Clayton respondeu apenas "yes", e ela "follow me". Andamos, sem brincadeira, quase 1km atrás da chinesinha, que nos levou para um depósito subterrâneo cheio das mais variadas bolsas bullshit que já vi. Eram MUITAS. Cópias horrorosas, daquelas que é meio mico mesmo de ver alguém usando, por exemplo, as bolsas Prada com a etiqueta torta, sem forro, as Vuitton mais pra Vumiton. E no meio disso tudo, uma mala da *Gucci* com rodinha e tudo, grande, por 40 dólares. Mesmo com meu olhar de desaprovação - era um fake muuuuito fake, cafonérrimo - eles levaram. Segundo o Jeff "No one from Lexington will know the difference". OK. Eu não tenho nada com isso e fui até cúmplice no crime de aquisição de mercadoria pirateada.
bolsas falsas dentro de um "esconderijo" não-tão-secreto na Canal Street, Chinatown, NY. De Chinatown, pegamos um táxi para o hotel, nossas malas e seguimos para La Guardia. Após o check-in, fizemos hora no Fox Sports Bar ao lado do nosso terminal, tomei mais algumas stellitas e voamos de volta novamente no Brasilia da Comair. Chegamos tarde em Lexington, peguei outro carro na Enterprise, dessa vez um Honda Accord, fomos pra casa, e, exausta, dormi.

