16.1.09

Dia 1 - Lexington

Meu primeiro dia foi tranquilo. Dormi no avião no trecho Rio-Houston (thank you, Lexotan), fiz imigração e peguei o avião pra Lexington, cidadezinha do estado de Kentucky.

Foi lá em Lexington que morei durante 5 anos, de 1994 a 1998, e muita gente me pergunta porque escolhi justamente essa cidade, que poucos ouviram falar. Sempre tem alguém que me pergunta com cara de espanto "porque Kentucky?" Pois é, lá é tudo de bom. Tem o charme da cidade pequena americana, daquelas onde todo mundo se conhece, porém com o centro urbano bem desenvolvido, empresas de grande porte, (Amazon.com e Lexmark são duas que me lembro agora), e população de aprox. 250 mil habitantes. É uma cidade maneiríssima, a mistura mais perfeita do urbano e rural, e eu sou meio assim também, adoro sair da loucura da cidade (que gosto) e sem precisar longas viagens, poder ficar num lugar remotíssimo ouvindo apenas barulho dos bichos, silêncio, tudo verde, em paz.

Mas o que me fez ir pra lá, é que Lexington é a capital mundial dos cavalos: The Horse Capital of the World. Ao redor, as vezes a poucos km do perímetro urbano, estão as fazendas de cavalo mais lindas do mundo. Vastos campos de “bluegrass”, reconhecidamente o melhor celeiro para criação da raça puro-sangue inglês do mundo.

A economia da cidade gira em torno da criação dos puros-sangues (e só recentemente de empresas de tecnologia) e quem me conhece, sabe que desde que me conheço por gente sou completamente fixada em cavalos de esporte. Keeneland é lá. Os Haras mais importantes do mundo estão lá, como a Darley, a Claiborne, Lane’s End, Gainesway, Overbrook - aonde serviu o melhor reprodutor PSI dos últimos 20 anos, Storm Cat , Adena Springs, Airdrie, Coolmore Ashford, só pra citar algumas das mais conhecidas. A Copa do Mundo de Hipismo - A FEI 2010 World Equestrian Games – de todas as modalidades – será lá (eu vou!!!), no Kentucky Horse Park.

Quando fui escolher uma cidade pra fazer minha faculdade nos EUA, Lexington foi uma escolha natural. Queria estudar numa boa universidade sem perder o contato com os cavalos, que de alguma maneira ou de outra fazem parte da minha vida desde sempre, tanto como hobby como profissionalmente. Foi na University of Kentucky que me formei em engenharia de telecomunicações com "minor" em TV Studies - e em TV seguiria a minha carreira no Brasil, anos depois.

Bom, nesse primeiro dia, estava mais ansiosa e excitada do que cansada. Foram 10 anos sem voltar, e agora vou rever todos os meus amigos, os lugares que freqüentava, os cavalos.

O meu melhor amigo da época que morei lá, Clayton, até hoje meu best friend, me hospedou. Tirei algumas fotos da casinha dele, uma townhouse super charmosinha perto da Main Street, que ele divide com seu companheiro, que conheci só agora, o Jeff.

Clayton precisava trabalhar até o dia 31. Ele é responsável pela logística da TempurPedic, aquela fábrica maravilhosa de colchões e travesseiros ortopédicos.

Então, para não ficar só e ilhada em casa, já que taxi nessa cidade só chamando pelo telefone e muito caro - paguei 55 dólares por uma corrida da casa até o shopping , acabei alugando um carro. Fiz questão de alugar um carro híbrido, a nova moda nos EUA, não só pra ver qual é desses carros (curiosidade) mas porque achei interessantíssimo! At least I can really act green and not only pretend I will. Porque no Brasil nem tem como rs. Peguei um Toyota Prius, carro elétrico até 25 mph, que faz 55 milhas por galão de gasolina assim que passa dos tais 25 mph! Um absurdo de economia. E o preço da gasolina por lá, nunca esteve tão baixo, nos últimos 15 anos! Chegou a ficar caríssimo, uns 4 dólares por galão, e agora chegou ao nível mínimo (lá o preço realmente abaixa, aqui...a terra do petróleo...só aumenta). Simplesmente amei esse carro, mas só de pensar quanto ele custaria aqui no Brasil (uma fortuna proibitiva, fora o custo da “blindagem”, do seguro...) e por um momento desanimei. Todo mundo sabe que jamais moraria em outro lugar a não ser no Rio, sou carioca daquelas convicta, os 5 anos que passei nos EUA foram suficientes, mas...existem coisas de lá que sinto uma certa invejinha branca porque aqui no Rio a gente não pode ter: segurança, carros bacanas (e baratos, e sem blindagem!!! ). Ah vou confessar, amo aquele Rio de Janeiro da minha infância, da praia de Ipanema com dunas, dos vendedores de mate Leão na lata, da camaradagem, da segurança, etc. E hoje minha adoração pelo Rio é um pouco por cauda disso, ou a sombra do que ele já foi e mesmo assim nunca trocaria por lugar algum do mundo, inclusive SP, já recusei ofertas de trabalho irrecusáveis em São Paulo porque eu SEI que não seria fácil trocar o Rio por aquela selva de pedra. Aqui nessa cidade, Lexington, KY, acho que nem carro forte é blindado. Blindagem só os hummers que vão pra guerra. E mesmo assim não dá pra falar pras pessoas que carro de bacana, no Brasil, é blindado. Vai dar muito trabalho explicar o motivo e prefiro cut it short, not mention anything about this fuckin' thing.

Atravessei a Nicholasville Road, passava por lá praticamente todos os dias, pelo menos durante o ano e meio que morei numa ruazinha as margens. Fui no shopping (Fayette Mall).

A noite pedi para jantar no meu restaurante favorito, que ainda está lá, o A La Lucie’s. Como todo o meu primeiro dia de viagem, sempre acho que vou conseguir fazer uma dieta (ha ha ha), sempre com aquela boa intenção: não posso comer muito, não posso engordar! Então pedi uma salada divina com Cranberries acompanhada de um pinot noir, pois vinho tinto, no frio de 0 grau de media que viria a pegar durante essa viagem, foi um grande companheiro.

Depois do jantar, fomos no bar de uma amiga minha, a Mia. O bar possui o nome dela: Mia’s – e nunca tinha ido, pois foi inaugurado em 1999 e já tinha ido embora. É lá que viria a ser a nossa festinha de ano novo. Nessa noite, revi Mia e conheci a sócia dela, Marybeth.

Voltamos pra casa, o vinho fez sua parte e me ajudou a cair no mais profundo sono, “Jet-lagged sleepiness”, pra ser mais exata.chegando em Lexington. vista de cima, sobrevoando um dos haras. a casa do Claytona cozinha do Jeff - que é cozinheiro. a varanda freezer. o pinot noir que tomei no meu restaurante favorito, A La Lucie. best friend...at Mia's, karaoke night (rsrsrsrs). Mia's after hours.