21.6.05

Now Playing



História verdadeira sobre a colombiana Maria, que após engravidar perde o emprego e por US$ 5 mil aceita trabalhar como "mula": transporta cocaína dentro de seu próprio corpo para outros países. O filme deve ser bom, a protagonista Catalina Sandino Moreno foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz este ano (mas não levou). Vou ver hoje.

Aproveitando o tema, um livro que li no ano passado e me marcou foi "Eu Não Me Chamo Johnny", do Ricardo Fiúza, sobre o traficante brasileiro Johnny Estrella. O livro conta como um filho de classe-média alta de um executivo de banco que tinha tudo em cima (era bonito, surfista, tinha tudo pra se dar bem) que se envolveu nas altas rodas do tráfico, começando como um mero vendedor de maconha no varejo até envolvimento direto com fábricas de refino de cocaína bancadas por druglords da América Latina. As passagens sobre suas muitas idas e vindas pra Europa, onde ganhava dinheiro sério com o seu esquema, são impressionantes: a contratação das "mulas", o casaco com várias camadas que sempre passava por qualquer raio-X de aeroporto...e o relato da prisão em flagrante. A narrativa jornalística é envolvente, daquele tipo de livro que não dá pra largar, tão bom que a gente se imagina dentro dele, participando das cenas o tempo todo, principalmente depois que ele é preso e "vivemos" suas agruras na prisão. Uma diretora de cinema já comprou os direitos e daqui a pouco vira filme.

Falando em filmes dentro do tema, eu nunca esqueci da Caroline de Traffic (filme de Steven Soderbergh, 2000). Ele é filha do cara recém-nomeado para o cargo mais importante do Drug Enforcement Administration (DEA) nos EUA. Enquanto sua missão oficial é combater o tráfico de drogas nos EUA e no mundo, sua filha vicia em heroína. O pai em guerra para evitar a entrada da droga pelo México enquanto a filha se prostituía em muquifos pra comprar a mesma droga. Aquilo me matou...a cena do confronto entre pai e filha, os meetings cancelados pra ajudá-la, tudo muuuuito forte. E a atuação impressionante e comovente da Erika Christensen nunca saiu da minha cabeça...nem o filme, que tenho em DVD.



Outro filme imperdível sobre a tragédia do vício em heroína é High Art. Foi por causa desse filme que aquela atriz Ally Sheedy começou a ser respeitada depois de passar anos no ostracismo. (Ela teve uma carreira de grande sucesso na adolescência quando era habituée dos filmes do Brat Pack** e estrela de outros, depois sumiu). Ally faz o papel de Lucy, uma fotógrafa gay viciada em heroína. Um dia sua vizinha, uma loirinha bem mais nova, noiva de um rapaz e aparentemente feliz com sua vida, bate a sua porta pra reclamar de um vazamento. Elas se apaixonam perdidamente, e a história do amor trágico das duas é revelada com cenas fortes, estilo on-your-face, tanto nas cenas de consumo das drogas como de sexo. Aliás foi o primeiro filme que mostrou cenas "meio-explícitas" de sexo entre duas mulheres. Um filme muito bom sobre amor e vício. Esse filme revelou a atriz Radha Mitchell (uma das Melindas de Melinda & Melinda)



Esse lance de drogas sempre me intrigou (apesar de ter preconceito zero). Leio tudo que posso sobre o tema, e comecei, assim como um monte de gente da minha idade, por causa daquele livro Christiane F. (que depois virou um filme péssimo) e porque quando era pequena me impressionei com o caso de uma menina de 14 anos, nos anos 80 (acho que o nome dela era Mônica) que foi supostamente jogada pela janela de um edifício por 2 amigos que estavam supostamente drogadaços e depois ainda ocultaram o cadáver na Vista Chinesa. Os suspeitos nunca foram condenados, alegaram que ela se suicidou. Me lembro muito bem que o underline da história toda na imprensa era o lance do consumo de drogas, que droga levava ao crime, etc e tal. Foram dias e dias de destaque em jornais e TV. Se fosse hoje, talvez sairia uma notinha no jornal e .

**Brat Pack - era o apelido do grupo (mais pra panelinha) formado por atores adolescentes que arrebentavam em filmes dos anos 80 - como Outsiders e Fast Times at Ridgemont High e - Tom Cruise, Sean Penn, Matt Dillon, Patrick Swayze, Rob Lowe...alguns deles fazem sucesso até hoje, outros não. O próprio nome era uma sátira com outra famosa panelinha, cujo líder era Frank Sinatra - o Rat Pack)