29.1.09

Dia 5 - New York

Acordei cedo louca de vontade de sair do hotel. Lógico, os meninos, que voltaram da boate Under The Volcano + outros gay places que não sei, quase já amanhecendo, ainda estavam dormindo e não contei com eles pra sair. Peguei meu casaco, cachecol, boné, luvas e mochila (my NY winter attire) e fui. Primeira parada, café da manhã na Guy & Gallard. Ovos mexidos com queijo, suco de laranja e café preto.
Todo mundo que me conhece sabe que vivo de dieta, como que nem um passarinho (tá, isso é mentira), mantenho o meu peso ideal as duras penas, sempre brigando com a balança, um saco (que não tem fim) mas em viagem, é tudo ao contrário. Como MESMO, tudo e muito, bebo quase todos os dias, faço questão de todas as refeições, adoro escolher restaurante e experimentar pratos, até sobremesa, e normalmente volto pra casa bem mais gorda, e dessa vez não foi diferente (aliás, depois de 15 dias no Brasil, as minhas calças ainda não dão, então dá pra sacar que comi práaaaca). Tirei foto do café da manhã também. De lá, peguei um taxi e segui pro MoMA, com a intenção de ver a expo do Van Gogh, que estava no penúltimo dia, e outra do Vik Muniz.
Bom, ficou na intenção, porque a fila pra comprar ingresso fazia voltas no quarteirão. Mesmo assim, entrei, fiquei menos de um minuto e um funcionário da fila (controlador de fura-fila do MoMA), avisou que TODOS OS INGRESSOS PARA AQUELE DIA ESTAVAM ESGOTADOS. Priscila, você NÃO VAI VER Starry Night. Nem over nem under the Rhone. Foi aí que me dei conta da quantidade de turista em NY, claro, logo no dia 2 de janeiro, eu esperava o quê? São ainda os remanescentes do Reveillon + as pessoas que chegam depois (como eu) pra aproveitar diárias mais camaradas em hotel, liquidações etc. Não contava com essa impossibilidade de fazer meus programas culturais por causa de multidão, e fiquei bastante decepcionada.a foto da fila, não sei se dá pra ver bem, porque acabei tirando mesmo é da barraca de hot dog, estava com fome. a fachada. não me conformo......de ter perdido. O Vik Muniz, está aqui no Rio agora, tudo bem, posso ver a expo aqui, mas Van Gogh, provavelmente nunca vai ver a cor da noite carioca, ou mesmo brasileira. Tentei até comprar para o dia seguinte, mas não consegui nem chegar perto da bilheteria, que aliás, só vende ingresso para o mesmo dia. De lá, parti. Consegui apenas entrar na MoMA store pra comprar um guarda-chuva que olhava de vez em quando no site deles e morria de vontade de ter. Cheguei a me filmar fazendo um micro-depoimento pra minha câmera tamanha a minha decepção, ao mesmo tempo filmando aquela fila louca. Eu, que já ODEIO fila, não faço fila pra nada no Brasil, (só obrigadíssima e mesmo assim, puta que pariu!). Saí andando pelas redondezas, entrei numa Gap ali perto e quase saí sufocada. Muita gente, uma fila do caixa até a porta da loja pra pagar, uma bagunça surreal. Crise, que crise?a bagunça+fila na Gap.
Saí assustada e entrei na Prada. Vi todas as bolsas e carteiras que queria comprar, passei pelas vendedoras que atendiam suas clientes lindas, louras, ricas e japonesas, e fui embora, incrivelmente feliz por não ter gastado 1800 dólares na bolsa de couro envelhcido marrom escuro que está no topo da minha lista de desejo de consumo. "A" bolsa.
Me deu um certo alívio vê-la ali paradinha e não sacar o cartão de crédito, até porque...como iria pagar a fatura quando voltasse pro Brasil? Ou melhor, QUEM iria pagar, não tenho marido rico (ou marido at all), tô sem significant other (rico ou pobre) no momento, meu pai não é louco de me dar uma bolsa desse preço, e os meus rendimentos atuais não me permitem, pelo menos agora, comprar a bolsa mais maravilhosa desse mundo que estava ali me olhando, na minha cara, paradinha, inconformada com a minha atitude blasé de quem não tá nem aí. "ELA" de novo.
Ufa. Feliz (hahaha), saí de lá e continuei caminhando pela 5a. avenida até chegar na Apple Store, aquela do cubo. Como ninguém é de ferro (muito menos o dinheiro, que é de papel, e o cartão, de plástico) e macmaníaca que sou, entrei num transe. A loja estava abarrotada de gente mas nem me toquei. Não dei a míiiinima. Comprei alguns gadgets pro meu Imac: um adaptador para transformar o mac numa espécie de TV com DVR chamado Eye TV Hybrid, um teclado sem fio, porque quem tem teclado branco do Mac sabe que é preciso, sempre, ter um reserva porque suja pra kct, comprei um universal dock, que já estava precisando há algum tempo, um Ipod Touch pra minha sobrinha de presente, que eu tinha prometido, um Ipod Nano roxo pra minha mãe, um limpador de monitor. Na mesmíssima hora esqueci da bolsa(mas ela não esqueceu de mim, olha A bolsa aí de novo), da Gap, menos do MoMA, essa frustração de não poder ter visto o Van Gogh estando ali, na frente, vai me seguir para todo o sempre. Peguei um taxi e dei uma passada na Century 21, comprei lençóis, bota de couro, naquela loja-bagunça onde tudo é mais barato, mas não consegui ficar lá muito tempo porque, simplesmente, não dá pra mim. Muita gente, bagunça, barulho, filas, o que não me incomodou na Apple Store me deixou completamente esgotada na Century. Fiquei uns 20 minutos na fila pra pagar e voltei pro Hotel. A essa altura, já estava no meio da tarde. Almoçei um cachorro quente na barraca da esquina, e fui pro quarto. Nesse meio tempo, encontrei com Clayton e Jeff e marcamos de encontrar nossa amiga Jill Ryan, que mora lá, a noite. A Jill foi a minha primeira amiga em Lexington. Ela fazia uma aula de produção de TV comigo e eu, tímida e altamente reservada já estava há quase um ano em Lexington sem fazer amigos, a não ser uma brasileira (mas brasileiro não conta), a Ana Carolina, que logo se mudou pra Birmingham. Então, um dos trabalhos dessa aula era pra ser feito em dupla. Depois de todos os pares formados, sobrou eu e Jill. Naquele exato momento, ela passou a ser a minha melhor amiga da faculdade. Fazíamos tudo juntas, e uma noite fui estudar na casa dela. E ela morava com 2 roommates, um deles, o Clayton. Daí começamos a sair nós 3 e assim ficamos por quase um ano, até que a Jill se mudou. Nesse meio tempo conheci um montão de gente através dos dois, inclusive a Angie, Mia, e todos os outros amigos que viria a ter. Voltando. Não via a Jill há 6 anos, desde que estive em NY a trabalho em 2002. Combinamos de nos encontrar no apartamento de um amigo dela, o Brian, no Soho, e de lá sair pra jantar. Chegamos nesse loft fabuloso, decoração bacanérrima, que uma amiga do Brian super-híper-mega cool (produtora de moda da revista W) emprestou pra ele (que mora em LA) enquanto passava férias na França. Tirei algumas fotos do loft. Tomamos um vinho muito bom, zinfandel californiano, ficamos batendo papo e partimos para o restaurante Lucky Strike, na esquina. Eu, Jill, Clayton, Jeff, Brian, Jen (irmã da Jill) e Andrew (amigo do Brian) sentamos no bar, foi tudo de bom, comi um penne arrabiata que precisei trocar por que estava way too hot, bebemos vinho tinto, rimos muito...e depois demos uma passada numa boate chamada Cubbyhole. Fiquei nem meia hora, já cansada do longo dia, peguei um táxi sozinha (Clayton e Jeff iam esticar em algum lugar) voltei pro hotel e fui dormir. Clayton e Jilla salinha do loftadorei, tirei várias fotos da decoraçãoo quartinho, em cimavizooa cozinhaespelhotodo o charme de Brianbotas novasClayton e Jentodo o charme de Brian parte 2o Zinfandel da noitevista da janela do loftLucky Strikeeu e Clayton, Lucky StrikebarClayton + JeffLucky Strikemy hotter than hell penne, não deu pra comer. troquei por o mesmo, menos apimentado. Jill e BrianAndrew, Jill se escondendo, Brian.